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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

GENTE QUE SOME DO NADA!

Imagem do filme "amorzinho" Matilda

Já tem um bom tempo que não apareço por aqui e resolvi voltar a postar mesmo não sendo com a mesma regularidade de antes - até porque nem teria conteúdo pra tanto.

Antes de dar um tempo aqui do blog eu comentei uma vez ou outra que a minha rotina havia sofrido uma mudança - de desempregada passei a trabalhar e, ainda por cima, no ramo de turismo - o que torna ainda mais difícil eu conseguir dar as caras por aqui (dou graças à Deus de, pelo menos, continuar com as minha leituras mesmo que nem sempre eu possa comentar aqui sobre elas).

Eis o motivo do meu sumiço e, com isso, tive que reorganizar a minha vida de forma a encaixar cada coisa no seu devido lugar (e ainda estou encaixando)

Com o meu trabalho, um dos hábitos que eu mais gosto - ler, obviamente - teve que ficar um pouco de lado. Não que eu não esteja mais lendo - ISSO NUNCA! - mas eu nem posso comparar o meu ritmo de leitura de agora com o ritmo de quando eu estava parada em casa.

Meu trabalho é bem perto da minha casa e eu não fico muito tempo no ônibus. O que é uma maravilha pele fato de eu não ficar horas parada no trânsito, só que, em contrapartida, eu também nem tenho tempo de tirar o livro da bolsa durante a viagem. Que tempo me sobra para ler? O horário do almoço que passa tão rápido que eu nem consigo aproveitar muita coisa.


Enfim, depois de meses sem aparecer por aqui, finalmente decidi dar um pouco mais de atenção às minhas considerações sobre as minha leituras.

Não pretendo fazer resenhas longas de livros que eu tenha lido durante esse período off, mas ocasionalmente devo usar alguma tag para falar sobre eles.

Bom estar de volta.

Beijinhos!

domingo, 19 de junho de 2016

SEMENTES NO GELO, André Vianco | PROJETO NACIONAIS #4


" '- Papai! Está acordado, papai?'

O homem ouve o pequeno ser que caminha em seu quarto. Cobre-se ainda mais, como se um frio sobrenatural tomasse conta do lugar. O menino caminha lentamente, aproximando-se pé ante pé do leito onde repousa seu pai, dá uma série de pulinhos, como se brincasse de amarelinha. O menino abaixou-se e arremessou uma bolinha de gude no assoalho. O brinquedo de vidro rolou pelo chão de tacos, produzindo um som fantasmagórico.

O homem estarreceu. Virou-se repentinamente, ainda deitado, deixando apenas os olhos espiarem o quarto pela fresta que arranjou no pesado cobertor. O som da bolinha de gude era assustador porque não deveria existir brinquedo algum ali. Não deveria existir menino tagarela nenhum em seu quarto. Não tinha filho que pudesse chamá-lo de pai. Tinha diante de seu olho amedrontado uma espécie de espectro que andava, falava e saltitava amarelinha.

Um fantasma que o chamava de pai.""

Um criminoso, Damião, é preso e, em frente à delegacia onde ele está, começa a se reunir uma multidão: pais, mães, familiares, amigos - todos revoltados e querendo fazer justiça com as próprias mãos. O motivo? O criminoso é acusado de abuso sexual seguido de assassinato de crianças e as pessoas que protestam na porta da delegacia estão lá representando as várias vitimas do marginal.

A situação é tão grave que até os outros presos querem matá-lo e ele precisa ficar numa cela separada de todos eles para que não seja morto.

O sol ainda não nasceu e enquanto a população indignada vai aumentando lá fora, Vina, o carcereiro, vê três crianças entrando na delegacia e se pergunta que tipo de pais os levariam para aquela bagunça àquela hora da madrugada. Imagina que elas entraram para beber água mas, quando olha de novo, percebe que elas passaram pela grade da primeira porta que dá acesso às celas. O problema é que todas as portas estavam fechadas, ele tinha certeza. Como elas conseguiram passar pelas grades de proteção?

Mesmo sem ter a menor ideia de como isso foi acontecer ele começa a chamar pelas crianças para impedir que elas se aproximem da cela do estuprador.


"Vina abriu a segunda grade e correu para o fim do corredor. Antes de alcançá-lo, seu sangue gelou ao captar gritos apavorados. Correu. Entrou à direita. As portas das celas especias ficavam ali. Gritos atormentados enchiam o corredor."


O desespero do carcereiro começa quando ele ouve os clamores vindos da direção da cela do assassino, mas acaba descobrindo que quem está gritando por socorro é o próprio, e ele grita com todas as forças implorando pela vida. Outros dois policiais chegam ao local mas já é muito tarde para conseguirem agir antes que uma tragédia aconteça. Damião foi morto dentro da própria cela, mas quando os policias abrem a porta, só se deparam com um corpo estirado no chão e mais nada - nem ninguém.

Mas e as crianças? Você pode imaginar onde se meteram e o que elas têm a ver com toda essa loucura?

(imagem autoral)

Esse é o primeiro de vários casos bizarros envolvendo criancinhas e Tânio, um detetive particular, acaba se envolvendo em um deles sem saber direito no que estava se metendo.

Em um típico dia ocioso no escritório, pensando em como vai fazer para pagar as contas atrasadas, Tânio recebe a visita de uma cliente inesperada: Lizete, sua amiga dos tempos do colégio com quem não tinha contato já há alguns anos.

A amiga chega visivelmente abalada, beirando o desespero, ao escritório e pede que ele a ajude a descobrir por que anda ouvindo vozes dentro da própria casa.

Isso mesmo. Vozes. Ou, melhor dizendo, apenas uma voz, de um menino que se chama Pedro e que, volta e meia, fala com ela chamando-a de mãe. À princípio ela cogita a possibilidade da criança ser o fantasma do filho pequeno que ela teve mas que faleceu ainda muito novo, mas o nome não é o mesmo e ela não sabe mais o que fazer. A mente dela está em frangalhos e ela não é a única que passa por isso. Seu ex-marido, Rogério, está passando pela mesma coisa, mas a abordagem do "fantasma" com ele é diferente, mais agressiva - o que faz com que o médico comece a pensar que está sofrendo de algum distúrbio mental.

(imagem autoral)

Se você gosta de histórias de fantasmas, fique sabendo que o que temos nesse livro é um enredo nada convencional. Eu fiquei de boca aberta quando eu li a primeira vez porque não conseguia entender de onde o André Vianco tirou uma ideia dessa pra um livro. Tudo o que eu imaginei e todas as possibilidades que eu formulei foram por água abaixo até determinado ponto. Quando eu comecei a fazer uma vaga ideia do que poderia estar acontecendo, tinha o problema de não saber COMO estava acontecendo.

O livro é bem curtinho (dá pra ler de uma tacada só) e é uma leitura que vale a pena pela riqueza nos detalhes e pelo enredo que, mesmo curtinho e com uma coisinha ou outra que me impediram de dar 5 estrelas, eu considero bem original.


[confira abaixo as outras obras!]

domingo, 12 de junho de 2016

LOLA E O GAROTO DA CASA AO LADO, Stephanie Perkins | RESENHA

(imagem autoral)
Esse é o segundo livro da Stephanie Perkins que eu leio (o primeiro foi Anna e o Beijo Francês, que eu gostei muito, diga-se de passagem). Como já tinha lido algo dela, pude comparar e confesso que preferi o primeiro. Não que esse seja ruim nem nada disso. Tem toda aquela previsibilidade que nós conhecemos bem e eu até gosto de livros assim (não é a toa que eu sou fã de Nicholas Sparks), mas não me senti conectada aos personagens como me senti com Anna e Beijo Francês e demorou um pouco pra leitura fluir.

Trata-se de um romance adolescente em que Lola, a personagem principal, é uma estudante do ensino médio que tem um estilo próprio (a foto da capa não faz jus às descrições no livro) e que sonha em ser designer de moda e tem muito talento pra isso.

Ela vive com os seus dois pais que, na verdade, são adotivos por motivos de: mãe sem juízo e pai ausente. Essa parte é um pouco dramática, mas não tem muita ênfase na trama. Na verdade, só a mãe que acaba aparecendo em determinado momento, mas o relacionamento dela com seus pais adotivos é o que mais aparece, já que é com eles que ela mora e a eles que Lola vê como família.

A menina namora Max, um cara bem mais velho, super descolado e que canta e toca numa banda de rock. Não que os pais dela aprovem 100% esse namoro, mas é melhor que ela esteja com ele de baixo das vistas do que pelas costas, não é mesmo? Apesar de serem super protetores, Nathan e Andy, autorizam (mesmo odiando) o namoro, mas sempre deixam bem claro o que pensam.

Lola gosta do namorado e da forma como ele a trata, pois, mesmo sendo mais nova, ela se sente lisonjeada em tê-lo como namorado. Por ter uma personalidade diferente e que se estampa através do figurino, literalmente, que ela usa, Lola é vista praticamente como um álien pelos colegas da escola, que zombam dela sempre que podem. Todos com exceção de uma pessoa - Lindsay - sua melhor amiga meio nerd que é fissurada por livros e filmes de suspense e que, ao que tudo indica, vai acabar sendo uma detetive quando crescer.

A vida de Lola Nolan vai muito bem, obrigada, até o dia em que os gêmeos Calliope e Cricket Bell, seus vizinhos do lado, voltam a morar ali.
(imagem autoral)
No início nós não sabemos ao certo o que pode ter acontecido pra que ela se desespere e fique tão nervosa com a notícia do retorno do casal de irmãos e isso só vai sendo explicado aos poucos porque, na verdade, ela não gosta de falar no assunto e evita até mesmo pensar sobre isso - o que acaba nos deixando no escuro, já que a história toda é narrada por ela.

O nervosismo da protagonista é evidente para os leitores, assim como o é para o seu namorado, que percebe que há algo de errado acontecendo mas não sabe exatamente o que é, já que a adolescente esconde dele a existência de Cricket (que é o verdadeiro motivo de sua aflição), e se concentra em colocar a culpa do seu comportamento estranho em Calliope.

Durante a narrativa descobrimos que antes da mudança dos irmãos por conta da carreira promissora de Calliope, os três vizinhos eram amigos muito próximos e o motivo da abrupta ruptura entre eles é o que rege o enredo.

- Sobre os irmãos:


Calliope - o tipo perfeitinho e mimado que está acostumada a conseguir tudo o que quer e que detém a atenção da família. Ela, desde muito nova, mostrou-se habilidosa em patinação artística e se tornou mundialmente conhecida. Por conta da agitação dos torneios e campeonatos, a família vive viajando e se mudando para acompanhar a estrela da família.

Cricket - o nerd. Com uma inteligência que se destaca desde criancinha, ele é o inventor da família e sempre se orgulhou disso... Pelo menos, se orgulhava até descobrir que o nome da família era meio que... uma farsa. O brilho da irmã ofuscava Cricket e, como ele a amava, se contentou em ser deixado em segundo plano para apoiar a carreira profissional da irmã e dar a ela todo o suporte de que precisava para enfrentar os desafios da vida competitiva que levava.

- Minhas Considerações:


Como o esperado desse tipo de livro, a trama não possui grandes reviravoltas nem altos e baixos... Não exige grande grau de concentração para acompanhar a leitura e nem nada do tipo. Como deixei evidente no início da resenha, dos dois da autora, me afeiçoei mais ao primeiro livro (tanto à história em sim quanto aos personagens), mas indico Lola e o Garoto da Casa ao Lado por ser leve, bem no estilo adolescente e rápido. Como a maioria dos livros desse gênero, ótimo para curar ressacas literárias ou para intercalar com outros livros mais densos.