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terça-feira, 29 de março de 2016

PROJETO NACIONAIS #1: AUTO DA COMPADECIDA, Ariano Suassuna



"Valha-me Nossa Senhora,
Mãe de Deus de Nazaré!
A vaca mansa dá leite,
a braba dá quando quer.
A mansa dá sossegada,
a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio,
mas hoje sou escaler.
Já fui menino, fui homem,
só me falta ser mulher.
Valha-me Nossa Senhora,
Mãe de Deus de Nazaré."

Auto da Compadecida
Sinopse: O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".


ISBN-13: 9788520925294

ISBN-10: 8520925294
Ano: 2015 / Páginas: 256
Idioma: Português 
Editora: Nova Fronteira

Edição especial revisada pelo autor


O livro é em formato de peça de teatro, visto que foi para esse fim que a obra foi concebida. Mas, felizmente, temos a adaptação cinematográfica (que eu adoro) e a não muito tempo atrás também pude ter essa edição primorosa da Editora Nova Fronteira, em capa dura, com ilustrações e as considerações do próprio Ariano Suassuna.

Como geralmente acontece, as adaptações são mais romanceadas para incrementar o texto original, e em Auto da Compadecida não é diferente. Existem personagens e vários elementos que condizem com a peça, mas muitas coisas diferem e muitas coisas são inventadas também e inseridas, até mesmo pro filme ter mais tempo de duração.


O filme vale tanto a pena quanto a leitura do original e, como li depois de já ter assistido, tive a nítida impressão de ouvir a voz dos atores enquanto eu lia e percebi que a escolha desses atores casou muito bem com os personagens criados pelo Ariano.

A história fala sobre uma pequena parte do que Chicó e João Grilo passam enquanto tentam "passar a perna" em outros personagens tentando promover o enterro de um cachorro com o padre realizando a cerimônia.

Temos um texto simples, cômico e cheio de sátiras e regionalismos nordestinos e com inspiração em obras menores e de menos repercussão que enriquecem o leitor. Sem falar no jogo de cintura que os personagens principais têm e que faz com que escapem das situações mais inusitadas como, por exemplo, um julgamento entre o Céu e o Inferno.

"Não troco o meu "oxente" pelo "ok" de ninguém!"






2 comentários:

  1. Olá!
    Vi apenas o filme e acho incríveeeeel demais! Parabéns pelo post <3

    Beijão
    Leitora Cretina

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    Respostas
    1. Tirando a parte romântica, até que o filme é bem fiel.
      Quando tiver a oportunidade, leia porque não vai se arrepender.

      Beeijo :)

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